domingo, 26 de fevereiro de 2012

Do silêncio e outras ausências


A gente sempre tem algo para falar, mas às vezes é melhor calar e não ter a certeza do que se iria ouvir. É melhor deixar aquela pontinha de esperança ou de chateação. É tão mais simples e fácil se convencer de que o céu é azul porque assim que ele é; do que ir buscar uma explicação para a cor azul que de dia é claro e diz sobre o mar, mas de noite vira escuridão, algumas vezes acompanhada de luar, outras tantas abandonada à luz espaça de algumas estrelas. É tão mais simples poder imaginar aquilo que eu quero e me ter uma doce ilusão que alimento nos meus sonhos, do que ter a certeza da verdade.

Tão melhor é esperar e sentir, do que confirmar e acabar com toda a expectativa e o enlace. Tão melhor é sonhar e se iludir, do que ter a certeza e chorar sem saber como continuar.

Por isso, às vezes é melhor calar, deixa passar. Como dizem por aí: “O que tiver que ser, será”. O silêncio é tão bom amigo que mesmo na solidão ele nos faz companhia. Ele é tão querido, que nos momentos triste nos traz tranquilidade e paz, mas às vezes também traz tristeza e muito mais. Silêncio dolorido. Não precisas fazer mal a ninguém, nem precisas fazer sofrer. Mas é que às vezes nem sem o silêncio podemos escapar da dor de nos perdermos para alguém. Nem ele, nem sua ausência, podem mudar o que realmente somos. Somo todos iguais, somos seres falantes e silenciosos.

Nízia Rodrigues

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