segunda-feira, 15 de junho de 2009

Essas noites...




Adoro estas noites.

Chamo-lhes desabafos dos necessitados.


Dá para pensar em tudo e em nada.

Sentir o desagrado de todos e de nenhuns.

Tudo isto no suave toque das lágrimas dos anjos sofredores…

Todos aqueles que começam dia cheios de falsas esperanças

E acabam vazios de vitórias.


É tão confusa esta simplicidade.


Tentar vencer o que já há muito foi conquistado

E lutar pelo que desistiu.

Pois é! Nestas noites podemos ter tudo de mão beijada,

Mas não temos vontade, nem força, nem coragem para nos levantarmos de onde estamos.

Nem sequer sabemos onde estamos…


Netas noites, aqueles pelos quais lutamos um dia estão agora esquecidos,

Pois encontramo-nos no meio deles; somos parte deles.

Nestas noites caímos na desgraça de pensar que somos os mais desgraçados do mundo.

E somos… mas apenas enquanto pensamos que o somos…


Não é fácil?


No final, tudo se vai resumir em nada.

“Cada vez pior” (já o meu pai dizia).


Mas é sério.


No fim não vamos saber porque estivemos a chorar.

Não vamos fazer ideia de qual o caminho a tomar.

Vamos deixar de ser anjos e passar a ser vagabundos…

Deambular vai ser o nosso passatempo…


Aí está uma boa palavra;

Tempo!


Dos meus olhos escorrem sombras de silêncio, de sofrimento.

Não se queixam! Apenas deslizam.


DAVID FAUSTINO


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