sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Nosotros

Ela vem andando na rua cabisbaixa, pensativa, longe, tão longe. Ele vem caminhando rápido, um caminhar preocupado e galopante. Os dois se reencontram numa esquina.

- Oi! Como você está? – Ela pergunta.

- Oi moça. Há quanto tempo. Estou mais ou menos e você?

- Estou ótima. Mas o que aconteceu que está assim?

- São as provas. Não tenho mais tempo para nada e por mais que eu estude nunca acho que estou pronto.

- Relaxa. Vai dá tudo certo. É assim mesmo, prova por cima de prova. Eu estou na mesma situação.

- E qual o seu segredo para não enlouquecer?

- Eu tento organizar o tempo numa agenda. Sempre dá certo.

- E você continua na mesma?

- É, eu acho que sim. Continuo fazendo aulas de dança e estudando muito.

- Que bom.

- Ah, se nada der certo eu viro hippie, não tem coisa melhor do que olhar a lua refletida no mar do portão de casa. Aquela lua branquinha ou amarelinha iluminando tudo a nossa volta. (Ela pensa: eu queria poder ver essa lua junto dos seus braços).

- Realmente, acho que se for assim eu vou acabar virando hippie também.

- Bom, eu acho que está na hora de ir. (Ela pensa: ai meu Deus, será que eu não consigo ficar perto dele sem falar besteira? Eu não sei mais o que falar. E agora? Droga, eu queria era poder te dizer tudo que eu sinto, mas sei que é ridículo eu pensar em nós dois juntos).

- Eu também vou indo. Até mais.

- Tenha uma boa noite e boas provas. Beijos.

- Sabe de uma coisa?

- O que? (Ai! Será que ele falará finalmente o que eu quero ouvir? Será que ele dirá que gosta de mim?).

- Diz para a galera que eu mandei um abraço.

- Ah! Pode deixar que eu não esqueço. Beijos, até mais.

- Beijos, até mais.

Ela continua o seu andar agora mais fraco que antes como se não quisesse sair dali, como quem caminha sem querer chegar ou sem saber para onde ir. Ele continuou no seu caminhar compassado agora com um pequeno sorriso no rosto, que apenas com muita atenção podia-se notar. Ela ia quase que pedindo para voltar, mas caminhava sem olhar para trás. Apesar de tudo, entendia que ela era apenas ela e que não era o suficiente para ele. Ele achava que era o melhor que poderia dar a ela. E assim continuaram os dois. Para o resto da vida.

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