terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Utopia humanesca



Sabe o que eu vejo?
Vejo pessoas que antes suplicavam para viver suas próprias vidas e agora morrem de medo de se machucar. Vejo gente que fala uma coisa para depois provar o contrário. Gente que diz pensar, mas age sem raciocinar. Vejo gente discriminando pela cor, pelo peso, pela cara que se têm, e por muito menos se mata alguém no sinal.
Gente como a gente, com os mesmos direitos, com os mesmos preceitos, gente diferente. E no meio de tanta diversidade se perdeu o referencial, ele anda escondido, fingindo ser alguém na multidão. Enquanto isso todos nós fazemos parte da incrível peça que é a vida, mascarando nosso verdadeiro eu. Preparamo-nos para entrar em cena quando acordamos, damos um bom dia para quem está por perto e saímos correndo para pôr as roupas, é preciso ser um novo personagem porque no trânsito da cidade você tem que parecer normal.
Gente que não assume as conseqüências pelo que faz e gente que assume conseqüência sem ter feito nada. Olha a laranja, tem laranja fresquinha na feira, talvez fresquinha demais. Onde está o povo desse país? As pessoas decididas que fazem a história acontecer? Será que já representaram tanto que se esqueceram que era apenas um personagem, que nada disso é real? Decerto ainda estão seguindo o referencial, fingindo ser alguém que não se é, tentando se misturar no meio da multidão.
Eu quero ver o amor de verdade, as pessoas honestas pegarem os seus postos no poder do país e tudo isso virar um lugar respeitável onde se possa morar e criar os seus filhos. Quero poder sentar na calçada sem ter medo de ser assaltada e ver meus netos lendo livros fantásticos escritos por amigos. Pode parecer uma utopia para alguém que esteja lendo isso, mas só é uma utopia até quando você decidir que é, e não fazer nada. Eu vejo como uma realidade, por isso faço a minha parte. Quem um dia pensaria que o homem conseguiria voar? E depois, ir ainda mais longe, ir até a lua? A realidade é feita de sonhos.

Nizia Rodrigues

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