Agora que o silêncio é um mar sem ondas, E que nele posso navegar sem rumo, Não respondas Às urgentes perguntas Que te fiz. Deixa-me ser feliz Assim, Já tão longe de ti como de mim.
Perde-se a vida a desejá-la tanto. Só soubemos sofrer, enquanto O nosso amor Durou. Mas o tempo passou, Há calmaria... Não perturbes a paz que me foi dada. Ouvir de novo a tua voz seria Matar a sede com água salgada.
MIGUEL TORGA
sábado, 20 de junho de 2009
Uma hora sou Álvares de Azevedo Outra hora sou Gonçalves Dias Na verdade nem sei mais quem sou A única coisa de que sei É do meu amor por ti
Ainda que tenha de andar por desertos Nadar pelos Oceanos Ou vagar por terras estranhas Entre gente que meus males não sente
Como um outro eu que sou Não posso parar de pensar em ti Tê-lo aqui perto de mim E no conforto de teus braços dormir
Quando o sol finalmente vier nos acordar Com o azul do céu E o cantar dos pássaros Eu olharei para os teus olhos E encontrarei o meu verdadeiro eu
Nessas montanhas em que derrapo Nessa boca que me alcança Num sussurro que me grita ao longe nosso amor E no pulsar do coração que implora um último suspiro
Não consigo nem pesar mais. Não sei como pensar. Não sei como sentir. Olho para ti e vejo-te no teu melhor e pior. Sei o que fazer para te animar mas não sei se posso ou se devo. Quando me olhas como mais atenção, o meu mundo dá saltos mortais…mortais… fico louco e amores por ti. Ou melhor, ateias a fogueira, reacendes os restos já queimados, aqueces as brasas acinzadas dos nossos casos e a tocha da esperança está de novo acesa… o meu campeonato começa.
Naquele momento tenho forças para levar tudo e todos à frente. Forças para saltar sobre qualquer barreira, coragem para me jogar de cabeça no maior dos precipícios. E que precipício. Tenho forças para… tenho forças para… para… achava que para todo. Mas afinal, afinal não tenho forças para nada. Já nem sequer para respirar, viver.
Começam a surgir barreiras outrora vencidas em sonhos. Barreiras tão fáceis de saltar como a facilidade que a chuva que cai dos céus tem em tocar o ar. Mas acontece que durante o salto a chuva é levada para outro mundo. Ainda eu sito o cheiro do teu cabelo, quando piscos os olhos e vejo que já foste molhada por outra chuva… chuva que já te molhou em outros tempos. E assim sim; surgem as dificuldades do pensamento.
Não sei como agir. Nos meus olhos já correm as lágrimas que em tempos foram sentimentos de alegria. Não lhe chamo amor porque não sei, afinal, o que é amar. QUERO-TE.