sexta-feira, 20 de abril de 2012

Literloucura

E daí que sou louco? Acaso tens tu algo com a minha loucura do qual não faço parte?

 

O lirismo comedido
virou horror em tanta miséria
Da poesia fez-se a prosa
E do meu coração fez-se
brisa e brasa ardente
que ardeu até encontrar-se em cinzas

Sob rimas e métrica perfeita
Nasceu o verme do modernismo
Sob estilística e mesura
cresce o drama 
E da vida, meu irmão,
exala a putrefação

E corte, e corra, e caia
Mas mude-se-me
A corrosão d'alma 
É princípio da morte

Onde estás tu, óh Literatura?
Acaso os deuses te condenaram
a viver de meros trechos?
Onde está a verdade nas palavras?
Onde esconde-se a candura revoltada de teu espírito?
Destas linhas... Ah,só resta-me lembrar
D'uma época em que as linhas
possuiam a liberdade de ultrapassar as páginas.

Nízia Rodrigues

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