
Feliz Ano Novo!!!
Ela vem andando na rua cabisbaixa, pensativa, longe, tão longe. Ele vem caminhando rápido, um caminhar preocupado e galopante. Os dois se reencontram numa esquina.
- Oi! Como você está? – Ela pergunta.
- Oi moça. Há quanto tempo. Estou mais ou menos e você?
- Estou ótima. Mas o que aconteceu que está assim?
- São as provas. Não tenho mais tempo para nada e por mais que eu estude nunca acho que estou pronto.
- Relaxa. Vai dá tudo certo. É assim mesmo, prova por cima de prova. Eu estou na mesma situação.
- E qual o seu segredo para não enlouquecer?
- Eu tento organizar o tempo numa agenda. Sempre dá certo.
- E você continua na mesma?
- É, eu acho que sim. Continuo fazendo aulas de dança e estudando muito.
- Que bom.
- Ah, se nada der certo eu viro hippie, não tem coisa melhor do que olhar a lua refletida no mar do portão de casa. Aquela lua branquinha ou amarelinha iluminando tudo a nossa volta. (Ela pensa: eu queria poder ver essa lua junto dos seus braços).
- Realmente, acho que se for assim eu vou acabar virando hippie também.
- Bom, eu acho que está na hora de ir. (Ela pensa: ai meu Deus, será que eu não consigo ficar perto dele sem falar besteira? Eu não sei mais o que falar. E agora? Droga, eu queria era poder te dizer tudo que eu sinto, mas sei que é ridículo eu pensar em nós dois juntos).
- Eu também vou indo. Até mais.
- Tenha uma boa noite e boas provas. Beijos.
- Sabe de uma coisa?
- O que? (Ai! Será que ele falará finalmente o que eu quero ouvir? Será que ele dirá que gosta de mim?).
- Diz para a galera que eu mandei um abraço.
- Ah! Pode deixar que eu não esqueço. Beijos, até mais.
- Beijos, até mais.
Ela continua o seu andar agora mais fraco que antes como se não quisesse sair dali, como quem caminha sem querer chegar ou sem saber para onde ir. Ele continuou no seu caminhar compassado agora com um pequeno sorriso no rosto, que apenas com muita atenção podia-se notar. Ela ia quase que pedindo para voltar, mas caminhava sem olhar para trás. Apesar de tudo, entendia que ela era apenas ela e que não era o suficiente para ele. Ele achava que era o melhor que poderia dar a ela. E assim continuaram os dois. Para o resto da vida.
O que sinto entre vertigens e dores no peito? Será doença? Provavelmente... Possivelmente é aquela doença a qual os poetas se atrevem a chamar amor. Àquela mesma, que me deixou plantada a uma árvore na praça só para vê-lo passar por ali e estender um braço em minha direção para dirigi-me os cumprimentos.
Ai amor! Que desejo crescente é esse ao pé da árvore de gritar o teu nome e correr para os teus braços. Certamente é uma doença que me aflige, que me tira o sono para me levar a um mundo em que tu és meu, somente meu. Um mundo onde não existe mal, nem dor, porque o nosso amor é redenção, é porta por onde o primeiro raio de sol passa todas as manhãs.
Mas um dia eu roubo você para mim. Então não vai ter escolha, será meu e só meu amor. Não me julgue mal, pois também prometo ser só sua e deixar-me levar para os seus braços, envolver-me em seus beijos e espalhar-me em seus desejos. Decerto é doença o que sinto, pois como posso pensar nisso? E como posso não pensar isso? Ah, é doença... É doença esse amor louco e vadio, que às vezes se faz distante e sandeu, outras tantas se faz sagrado e pastoril. Pode até ser doença tudo isso, mas é o amor meu. E de doença quero viver até que a última gota de amor me adoeça e acabe por completo.
Nízia Rodrigues
De repente você chegou, se apossou da minha vida
E me fez ficar assim tão vulnerável
Eu que já tinha sentido o desencanto de um amor
Percebi que estava outra vez a me entregar
O meu coração se abriu e você foi invadindo
Feito um rio que quer se misturar com o mar
Você descobriu meus segredos e veio de forma atrevida
Mostrar que eu jamais conhecera tão doces momentos
Você desvendou meus mistérios e desordenou minha vida
Você penetrou nas entranhas do meu pensamento
Não tive mais como evitar, você fez o que quis de mim
Chegou trouxe amor e disse que não tinha fim
Você me faz acreditar que nada existe sem amor
Que você veio pra mostrar o meu caminho
Você me traz uma paixão que eu nunca pude descobrir
Mostrou que um coração não vive sem carinho
Osvaldir e Carlos Magrão
De longe te hei de querer
Com a saudade de possuir
Aquilo que nunca hei de ter
Tão breve em teu olhar
E eu em meu calar
Que tão calada hei de sofrer
Sorvo todos os teus perfumes
Colho pelos cantos o teu olhar
Apenas para no deitar da noite
Poder com as lembranças brincar
Em meu sonho poder te amar
Ser mimada em teu colo
Poder olhar em teus olhos
E um beijo teu roubar
Nessa doce meninice
Nossas mãos enlaçar
Caminharmos juntos sem rumo
Ser eu totalmente tua
E ser tu o meu único par
Nízia Rodrigues